Lei dos Caminhoneiros, como Cumprir sem os devidos PPD
Ao sancionar a Lei 13.103/15, a chamada Lei dos
Caminhoneiros, o Governo Federal assumiu a responsabilidade de indicar os
Pontos de Parada e Descanso (PPD) para os motoristas profissionais realizarem
sua parada obrigatória ou pernoite.
Para isso, o Ministério do Trabalho publicou em 09 de julho
de 2015 a Portaria 994, que estabelecia as condições mínimas exigidas para que
um local pudesse ser considerado um PPD.
Os órgãos e empresas responsáveis pela administração de
rodovias estaduais ou concedidas ficaram com a atribuição legal de divulgar a
relação dos PPDs nas vias sob seu controle. No entanto, passados 180 dias da
entrada em vigor da nova Lei, não existe nenhum ponto de parada no País
credenciado.
O Ministério dos Transportes publicou apenas uma lista dos
trechos em que potencias PPDs manifestaram interesse em serem indicados, mas
reconhece que nenhum atende a Portaria. Com isso os motoristas podem alegar que
não pararam por falta de ponto.
A lista preparada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes
Terrestres) indica “trechos em processo de adequação”, mas nenhum ponto que
cumpra as exigências.
Consultada, a Polícia Rodoviária Federal ficou de emitir
nota com o seu posicionamento, mas a assessoria reconheceu que a situação deixa
o patrulheiro sem condições de fiscalizar a jornada e as paradas dos
motoristas.
O mesmo problema da falta de pontos credenciados ocorre nos
estados. Em São Paulo, a ARTESP publicou a relação postos e, na lista acessível
no site, são indicados 395 postos e 06 estacionamentos. O levantamento foi
anterior as exigências da Portaria do Ministério do Trabalho, portanto, não
leva em consideração as novas exigências e não serve para atender a Lei
13.103/15.
Os demais estados não divulgaram nenhuma relação de pontos
de parada, nem mesmo postos de rodovias onde existe estacionamento.
O DER-RJ admitiu que não indica pontos. Já a ABCR
(Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) disse que não é
atribuição das entidades indicar pontos de parada.
As consequências, na avaliação do Coordenador do SOS
Estradas, Rodolfo Rizzotto, é que tenha-se cada vez mais acidentes. ”Estamos
expondo os policiais rodoviários ao ridículo porque eles não podem fiscalizar
mesmo vendo que o motorista está dirigindo em excesso de jornada e que coloca
em risco a própria vida e de terceiros. O resultado só pode ser aumento da
exploração dos motoristas e das mortes nas estradas”.
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