83% da carga Rodoviária do Brasil circula por caminhoneiros autonomos !
Longe da versão romantizada através da qual o caminhoneiro
foi retratado por muito tempo – como aquele que tem o privilégio de desbravar
as regiões mais remotas do País, planejando a própria escala de trabalho e
descobrindo cada vez mais paisagens -, estes profissionais enfrentam, hoje, uma
série de entraves na profissão, que vão desde salários baixos; rotinas
exaustivas ao volante; jornadas excessivas; até a escassez de recursos e
incentivos para a manutenção dos veículos.
Um recorte dessa realidade foi feito pela Confederação
Nacional do Transporte (CNT), por meio do Perfil do Caminhoneiro 2016,
divulgado em fevereiro, que ouviu mais de mil caminhoneiros em todo o País, em
novembro do ano passado. Entre as principais insatisfações relatadas por eles,
os baixos valores pagos pelos fretes, a insegurança nas viagens e as
dificuldades em pagar as prestações do veículo que é instrumento de trabalho.
Esses problemas, contudo, não afetam apenas os
caminhoneiros, mas toda a cadeia que depende deles – o que inclui uma rede
extensa, especialmente num País em que cerca de 61% do transporte de cargas é
feito pelo canal rodoviário, segundo a CNT; e onde, dos mais de 1 milhão de
transportadores rodoviários registrados pela Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT) em 2014, 83,4% deles eram caminhoneiros autônomos.
“O que existe é uma série de normas sendo criadas começando a restringir o transporte rodoviário
de cargas no Brasil e o trabalho dos caminhoneiros, isso num País
essencialmente rodoviarista”, estima-se existirem atualmente 1,5 milhão de
caminhoneiros ligados a empresas e mais de 1 milhão de autônomos, é preciso
rever esse modelo de profissão e produtividade, do contrário, “o País vai
parar”.
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